Policiais buscaram assassinos de militar em operação realizada nas comunidades Dom Bosco e Lagoinha. Sete suspeitos foram detidos e seis menores, apreendidos
Rio - Traficantes da comunidade Dom Bosco, em Nova Iguaçu, assassinaram barbaramente um policial militar na madrugada de segunda-feira. Após reconhecerem o soldado Bruno Rodrigues Pereira, de 30 anos, os criminosos o amarraram e atiraram em suas costas.
À tarde, aproximadamente 50 policiais do 20º BPM (Mesquita) fizeram uma operação nas comunidades Dom Bosco e Lagoinha para procurar os assassinos do soldado. Sete suspeitos foram detidos e seis menores, apreendidos, além de quatro pistolas. Com um dos jovens os policiais encontraram trouxinhas de maconha, pinos de cocaína e um rádio transmissor. A ocorrência foi encaminhada para a 56ª DP (Comendador Soares).
Medo da violência é rotina para a maioria dos policiais no país
O assassinato de Bruno revela a triste realidade em que vivem os agentes de segurança no país. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, feita em julho, quantificou o tamanho do medo que persegue policiais brasileiros. Dos 10.323 ouvidos, 44,5% deles eram PMs. Destes, 73% tiveram algum colega assassinado em serviço e 77,5% relataram a perda de um colega, morto durante a folga.
“A sociedade não tem o grau de generosidade e solidariedade com o policial que deveria ter, como se ele não fosse também vítima da violência. Isso é muito grave, pois mortes como a deste rapaz aumentam o ódio da polícia pelos criminosos e o ódio da própria sociedade, que fica chocada. Não podemos permitir que a resposta produza uma caçada e aumente a violência”, avaliou a socióloga Silvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes.
Em todo o grupo de entrevistados — incluindo policiais civis, federais, rodoviários federais, bombeiros e guardas municipais —, 44,3% escondem a farda ou distintivo no trajeto de casa para o trabalho. O medo de ser assassinado é constante para 67% dos agentes.
“Os policiais são reconhecidos no Brasil pelas violações de direitos. Mas eles também são vítimas de violações dos seus próprios direitos, o que muitas vezes não é percebido”, afirmou Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, evento onde os dados da pesquisa foram divulgados.
0 comentários:
Postar um comentário